A PULGA
Que intimidades a atrevidinha se permite! Pergunto mesmo: Haverá no planeta alguém mais sem cerimônia? Pois ela invade nossos mais guardados territórios com a afoiteza, a temeridade de um camicase. Trafega por eles como se estivesse na sua própria casa _ e, na verdade, somos uma de suas casas. Crava-nos sua agulha de sucção como se fôssemos flor de alguma abelhinha vampira. Seu maior mal não é a fisgada que dá, pois o que nos rouba é pouco; seu maior mal é ser promíscua, excessivamente inconstante e passeadeira, amiga de ratos, gatos, madames, senadores, cães, esgotos, palácios, teatros ordinários. A pulga é uma excursionista sem programa: agora está na braguilha de um hortelão que leva à cidade o produto de sua horta, logo mais já está a caminho de São Paulo no cós da calça de um comerciante, amanhã vai para Roma na dobra de uma batina. E que atleta respeitável, ela que, tendo perdido as asas na poeira dos tempos, pula cem vezes o próprio tamanho e desloca um volume cem vezes maior que o próprio peso. E que atleta moderada na mesa: uma refeição de sangue lhe basta para dois dias e andaram descobrindo que pode jejuar até por dezoito meses, façanha de já se invejar no cotidiano, quanto mais nos tempos de apertura. Não chega a ser, como se vê, um monstro _ o mais que ela faz é ser inquieta e intrometida. John Donne não a defendeu mal diante da amada: "Que crime cometeu a pulga incauta salvo a mínima gota que lhe falta?" Não sei se o poeta pensava, mas eu penso: há tanta gente chupando nosso sangue, merecendo nossa unha...
Autor desconhecido
Após leitura e debate passamos para a parte mais interessante da aula que foi produzir um historia em quadrinho envolvendo a pulga.
a turma organizando as figurinhas. olha a curiosidade da outra dupla!!
organizando a sequencia
E!!! olha o trabalho pronto!
o trabalho foi desenvolvido em duplas e foi muito bom ver os alunos produzindo em sala. isso realmente da prazer. PROFESSORA GENIVALDA
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